Tabagismo e consumo excessivo de álcool
Tabagismo e consumo excessivo de álcool
Matheus Santos
5/4/20254 min read


Os efeitos devastadores do tabagismo no corpo humano
O tabagismo é uma das principais causas evitáveis doenças e mortes no mundo. Ao inalarmos a fumaça do cigarro, absorvemos mais de 4.700 substâncias químicas, incluindo nicotina, alcatrão, monóxido de carbono, amônia e outros compostos altamente tóxicos. Esses agentes são diretamente responsáveis por inflamações crônicas, degeneração celular e mutações genéticas.
A nicotina, principal componente viciante, estimula o sistema nervoso central, aumentando a pressão arterial e os batimentos cardíacos. A longo prazo, o uso contínuo do cigarro leva a doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Além disso, o tabagismo é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão, além de estar ligado a cânceres de boca, garganta, esôfago, pâncreas e bexiga.
O sistema respiratório também é profundamente afetado. Fumantes crônicos apresentam redução da função pulmonar, bronquite crônica e enfisema pulmonar, condições que compõem a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
O impacto do consumo excessivo de álcool na saúde
O álcool em excesso representa um dos maiores desafios para os sistemas de saúde pública em todo o planeta. Quando ingerido em excesso e de forma frequente, provoca danos estruturais e funcionais em vários órgãos, em especial o fígado, o cérebro e o coração.
A hepatopatia alcoólica é uma das principais consequências, podendo evoluir para esteatose hepática (fígado gorduroso), hepatite alcoólica e, em estágios mais avançados, para cirrose hepática. A cirrose, por sua vez, aumenta significativamente o risco de câncer de fígado e insuficiência hepática.
No cérebro, o álcool interfere nos neurotransmissores, prejudicando a memória, o raciocínio e o controle motor. O abuso prolongado pode levar à síndrome de Wernicke-Korsakoff, uma forma grave de demência induzida por deficiência de tiamina (vitamina B1).
O sistema cardiovascular também sofre com o consumo abusivo. O álcool aumenta a incidência de hipertensão arterial, miocardiopatia alcoólica, arritmias cardíacas e acidente vascular cerebral (AVC).
O efeito combinado: quando cigarro e álcool atuam juntos
O uso simultâneo de álcool e tabaco potencializa significativamente os danos ao organismo. Ambos atuam de forma sinérgica, elevando drasticamente o risco de diversas doenças crônicas e fatais. Estudos mostram que indivíduos que fumam e consomem álcool em excesso têm um risco até 35 vezes maior de desenvolver câncer de orofaringe comparado a não usuários.
O fígado e o trato digestivo são alvos particularmente vulneráveis. O etanol prejudica a absorção de nutrientes, enquanto as substâncias do cigarro agravam a inflamação gastrointestinal, contribuindo para úlceras, refluxo gastroesofágico e gastrite crônica.
Além disso, o impacto no sistema imunológico é alarmante. O organismo de quem faz uso combinado apresenta menor capacidade de reagir a infecções, aumentando a predisposição a doenças respiratórias, gripes, pneumonias e infecções de difícil controle.
Consequências sociais e comportamentais associadas
O tabagismo e o alcoolismo também estão fortemente associados a problemas sociais, como violência doméstica, acidentes de trânsito, absenteísmo no trabalho, quebra de vínculos familiares e queda de produtividade profissional. Em muitos casos, o abuso dessas substâncias está ligado a transtornos psiquiátricos, como depressão, ansiedade e transtorno bipolar.
O álcool, por ser uma droga depressora do sistema nervoso central, diminui o julgamento crítico e o controle emocional, o que pode resultar em comportamentos agressivos, acidentes fatais e condutas de risco, como relações sexuais desprotegidas e uso de outras drogas.
Campanhas de prevenção e políticas públicas eficazes
Para enfrentarmos esse cenário alarmante, é fundamental investir em campanhas educativas, políticas públicas eficazes e serviços de saúde integrados voltados à prevenção e ao tratamento do tabagismo e do alcoolismo. As ações mais eficazes incluem:
Aumento de impostos sobre produtos derivados do tabaco e bebidas alcoólicas;
Proibição da propaganda comercial de cigarros e álcool em meios de comunicação;
Advertências visuais nas embalagens, com mensagens claras sobre os riscos à saúde;
Programas de apoio psicológico e terapêutico para usuários em processo de cessação;
Capacitação de profissionais de saúde para abordagem breve e encaminhamento adequado.
A integração dessas estratégias ao nível nacional é essencial para reduzir os índices de mortalidade evitável, descongestionar o sistema de saúde e melhorar a qualidade de vida da população.
Como promover hábitos saudáveis e prevenir recaídas
Além da cessação do uso, é necessário fomentar um estilo de vida saudável. A prática regular de atividades físicas, a alimentação equilibrada, o sono reparador e a participação em grupos de apoio são medidas fundamentais para manter a abstinência e evitar recaídas.
É essencial reforçar a importância da rede de apoio social, composta por familiares, amigos, profissionais de saúde e comunidades terapêuticas. O ambiente positivo favorece a reconstrução da autoestima e da autonomia do indivíduo.
Conclusão
Combater o tabagismo e o consumo excessivo de álcool é um desafio urgente e prioritário. Seus efeitos combinados representam um sério risco à saúde individual e coletiva. A prevenção, o tratamento e o acompanhamento contínuo são estratégias essenciais para vencermos essa batalha e construirmos uma sociedade mais saudável e consciente.
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